
Chega de mortes de trabalhadores sem-terra!
PCO convoca todos ao ato nacional contra o assassinato dos sem-terra e suas lideranças e pelo direito à autodefesa dos sem-terra
Todos ao ato pela punição aos assassinos do companheiro Luiz Lopes, de Machado Silva, Gilson Gonçalves e de inúmeras outras lideranças dos sem-terra assassinadas pelas milícias do latifúndio
15 de dezembro de 2009
O Partido da Causa Operária irá realizar junto a outras organizações como a Liga dos Camponeses Pobres e a Liga Operária um ato nacional pela punição dos assassinos dos sem-terra assassinados este ano e pelo direito à autodefesa dos camponeses pobres.
O ato é convocado para denunciar o assassinato noticiado na última semana, de mais duas lideranças da Liga dos Camponeses Pobres do estado de Rondônia Machado Silva, mais conhecido como “Sabiá” e Gilson Gonçalves, cujos corpos foram encontrados no último dia 9, à beira de um rio na cidade de Buritis, com vários tiros e marcas de espancamento e tortura. Os companheiros, que coordenavam as famílias sem-terra do acampamento de Rio Alto próximo daquele município, estavam desaparecidos desde o dia 5 de dezembro.
No mesmo dia do desaparecimento de Gilson e “Sabiá”, outra liderança dos sem-terra, no estado de Pernambuco, Josevaldo Fonseca Fontes Júnior, o “Capitão”, liderança de apenas 20 anos do acampamento Vacaria, próximo a Recife, foi assassinado brutalmente com várias facadas no rosto.
Este ano, em Pernambuco, três companheiros do MST, Alceu Ferreira dos Santos, Paulo Alves Cursino e Severino Alves da Silva, da cidade de São Joaquim do Monte, que participaram de ação em que os sem-terra se defenderam de jagunços armados na entrada de um acampamento, atirando nestes em defesa de suas famílias, estão presos até hoje em um processo draconiano, provando que a justiça não dá a estes trabalhadores o que é um direito fundamental dado a qualquer cidadão, o direito à autodefesa.
Só neste ano foram dezenas de casos de lideranças assassinadas impunemente pela ação das milícias dos latifundiários, como o companheiro Luiz Lopes, da Liga dos Camponeses Pobres do estado do Pará.
O corpo de Luiz Lopes, coordenador da Liga de Camponeses Pobres do Pará-Tocantins, foi encontrado em 15 de junho com diversos tiros.
Desde 2007 no Pará, sob o governo de Ana Júlia Carepa do PT, já são 13 assassinatos, somente os assassinatos das lideranças da LCP.
Luiz Lopes, juntamente com as lideranças da Liga dos Camponeses Pobres de diversos locais do País participaram ativamente das últimas duas edições do ato independente de primeiro de maio, realizado pelo Partido da Causa Operária em conjunto com outras organizações.
Continuidade de uma campanha nacional
Desde 2008, o Partido da Causa Operária realiza em uma frente junto a estas organizações, o ato primeiro de maio independente conjunto tendo como reivindicação central o fim do massacre aos trabalhadores sem-terra. Estes atos se iniciaram depois que em 2008 o PCO realizou uma ampla campanha de denúncias contra a imprensa burguesa mais venal, representada pela revista Istoé, que realizou uma ampla campanha de calúnias pedindo a cabeça das lideranças da LCP em Rondônia.
Em 2008 o PCO realizou por meio de reportagens, de sua imprensa escrita e na internet e de palestras realizadas conjuntamente com os companheiros de Rondônia em diversas universidades pelo País, (USP, Unesp, UFMG, Unifesp, entre outras) uma campanha nacional, que foi continuada este ano com o ato de Primeiro de Maio, a colagem de cartazes e a continuidade da denúncia na imprensa dos acontecimentos em Rondônia e no País.
Desde o início da campanha, denunciamos a perseguição às lideranças, que foram assassinadas e que sofreram atentados, como o companheiro José Fonseca, mais conhecido por, Pelé, um dos fundadores da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia, baleado no dia 17 de março por jagunços no município de Cujubim, no acampamento João Batista, onde coordena acampamentos e assentamentos de centenas de famílias de trabalhadores sem-terra.
Contra a ofensiva da direita assassina
Enquanto no Congresso Nacional a direita em acordo com o governo Lula realiza uma ampla ofensiva ideológica contra o MST, os latifundiários no campo se utilizam desta campanha para intensificar o massacre aos sem-terra.
O Conselho Nacional de Justiça, presidido pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, iniciou desde a última semana, nos estados do Pará, Rondônia e Acre, um chamado “mutirão fundiário” para, segundo o governo, iniciar a agilização da “reintegração de posse” de centenas de áreas de assentamentos e acampamentos.
Gilmar Mendes é uma figura de proa pela repressão aos trabalhadores sem-terra tendo feito diversas declarações à imprensa reivindicando a repressão e punição aos sem-terra.
"O financiamento público de movimentos que cometem atos ilícitos é ilegal, é ilegítimo", disse. "No Estado de Direito, todos estão submetidos à lei. Não há soberano. Se alguém pode invadir sem autorização judicial, ele se torna soberano, logo está num quadro de ilicitude", disse em declaração ao jornal Folha de S. Paulo, no dia 26 de fevereiro deste ano, sobre a abertura da CPI do MST.
Segundo o próprio governo o mutirão teria a função de “agilizar o processo de reintegração de posse e tentar solucionar os conflitos no campo por mediação e conciliação, sem que os casos precisem chegar à Justiça” (Agência Brasil, 4/12/2009), ou seja, se trata da tentativa de impor um estado de Exceção, passando inclusive por cima da justiça para que meia dúzia de juízes biônicos indicados pelo governo coordenem o massacre.
Não surpreende a tentativa de impor uma ditadura acabada no campo tendo em vista que os mesmos que impulsionam a medida são os partidos provindos da ditadura militar.
Este mutirão está sendo realizado depois que o DEM entrou com pedido no STF de ação contra o governo do Pará para que este reintegrasse pelo menos 100 áreas, ou seja, está sendo organizado um massacre no campo, ainda pior que o já realizado pelo governo do PT, assassino de Luiz Lopes e de dezenas de companheiros no Pará e mais dezenas em todo o País.
Por uma ampla campanha nacional contra a ofensiva do latifúndio
Coloca-se na ordem do dia para barrar esta ofensiva da direita assassina no País, uma ampla campanha nacional contra a ofensiva dos latifundiários no campo, contra o massacre aos trabalhadores sem-terra, pela punição aos assassinos dos sem-terra, pela libertação de todos os companheiros presos políticos da luta pela terra e uma campanha central pelo direito à autodefesa dos sem-terra.
O ato convocado pelo PCO é também um chamado a todas as organizações sindicais e de luta em defesa dos trabalhadores no campo contra a ofensiva da direita contra os sem-terra.
Por comitês de mobilização independentes em defesa dos trabalhadores sem-terra contra a ofensiva da direita e dos latifundiários!
Pela punição aos assassinos dos sem-terra! Punição aos assassinos de Élcio Machado, Gilson Gonçalves, Luiz Lopes e todas as lideranças da Liga dos Camponeses Pobres!
Libertação de todos os presos políticos da luta pela terra!
Abaixo a Operação Arco de Fogo e todas as operações perpetradas pelo latifúndio!
Pelo direito à autodefesa dos sem-terra!
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